existem dois grandes problemas quando as pessoas não conhecerem a diferença entre o amor e a dependência emocional: a confusão sobre o que é normal ou não dentro de um relacionamento e o sofrimento pela falta de limites que pode ocorrer dentro da relação (como submissões, controle excessivos, etc).
Quando entendemos a diferença e o que realmente sentimos, podemos andar de acordo com os nossos valores dentro da relação, eliminar o que não nos faz bem, observar nosso comportamento assertivo ou prejudicial dentro da relação, e com isso, ajudarmos na construção de um relacionamento mais saudável.
Mas afinal, qual é a diferença entre o amor é a dependência emocional?
O amor é um estado de espírito, e um estado psicológico de entrega. Amamos em nossa plenitude as pessoas, as situações, algo ou alguém, independente do outro. O amor não é egoísta ou egocêntrico, é o amar sem esperar a volta.
Já a dependência emocional é totalmente o contrário, pois é carregada de ego. Você acredita que apenas será feliz ou sobreviverá se o outro estiver contigo.
Na realidade, a dependência emocional vem de uma necessidade invasiva e excessiva de ser cuidada, o que o faz submisso na relação, com isso limita o comportamento e o crescimento pessoal.
É muito comum o "start" da dependência ocorrer logo após as emoções de medo, tristeza e raiva ocasionadas por uma ameaça de separação ou até de uma separação.
Entender suas necessidades, falhas, faltas e traumas, e como reage à elas, e/ou entender suas emoções e sentimentos é fundamental para você aprender a dosar a quantidade de apego de uma forma assertiva em sua vida.
Quais fatores causam a dependência emocional
A dependência emocional na maioria dos casos provém de uma fragilidade adquirida ainda na infância, no crescimento em uma família com muitos conflitos e pouco suporte para a criança.
Desse modo, excesso de regras, punições e falta de amparo, segurança, carinho e amor causam uma grande carência afetiva e esta pessoa procurará por quem supra sua carência e insegurança na fase adulta da vida.
Sendo assim, o oposto também pode despertar este transtorno. No entanto, cuidados em excesso e muito afeto, sem correções quando necessárias formam uma pessoa adulta dependente de tratamentos especiais e exclusividades para o resto da vida.
Contudo, a maneira como a criança é educada e criada fará toda a diferença em seu comportamento na fase adulta. Isso pois, inconscientemente ela adquire o desejo de buscar o que lhe faltou como forma de completar a vida quando chega a adolescência ou fase adulta.
Como saber se sou emocionalmente dependente?
Para saber se você é uma pessoa com dependência emocional, basta olhar para si tentando identificar os seguintes sinais:
Cuidado excessivo com o companheiro
Entre muita atenção e cobranças, é comum também que o parceiro programe o dia do companheiro, se antecipando para qualquer necessidade. Logo, não consegue se programar sem considerar ter o outro por perto.
O foco da felicidade se concentra em uma única pessoa
Não há possibilidade de sair, ou se divertir se não for acompanhado do seu parceiro. Sendo assim, sempre se faz disponível para seu companheiro e até mesmo desmarca seus compromissos para estar com ele.
Autoestima comprometida
A pessoa se sente inferior em tudo, se cobra muito, se humilha e não se acha merecedora do companheiro que tem. Nesses casos, a pessoa coloca seu parceiro em um pedestal.
O que o companheiro pensa de você é o que mais importa
A pessoa espera a avaliação positiva do companheiro para tudo o que faz e ela depende da sua resposta para se sentir bem. Dessa forma, depende da validação para sair, se vestir, publicar fotos, entre outros elementos.
As emoções são reprimidas
Suas emoções, sonhos e desejos são reprimidos ao decorrer da vida e passa a viver a vida do outro. Contudo, passa a viver pelo outro, deixando completamente sua subjetividade de lado.
Controle compulsivo
Essa pessoa não aceita perder o controle de tudo que acontece com ela e com o parceiro, tentando sempre alterar algo que possa lhe causar desconforto. É muito comum desenvolver TOC.
O desejo do parceiro é mais importante
O sentimento de incapacidade de decisão reprime todos seus planos e por receio dele não ser aceito, há a preferência de descartá-lo.
Excesso de ciúme
Excesso de medo de ser trocado, abandonado ou que o parceiro encontre uma pessoa melhor. Esse sentimento sufocará o companheiro na relação.
Para se sentir bem, é necessário que haja amor do outro
A falta de amor do companheiro cria a sensação de vazio e impotência.
Sentimento de negação
A pessoa espera que algum dia tudo ficará bem e ignora os problemas que surgem durante o relacionamento para não causar desconforto em falar sobre eles com o parceiro.
Sentimento de culpa
Se sente obrigado a fazer os outros felizes e quando acha que algo não está certo ou perfeito se culpa profundamente.
Oscilação de humor
Sente-se dependente e feliz no relacionamento, mas de repente passa a odiar, sentir raiva e isso gera discussões e vitimismo.
Maneiras de como se tornar menos dependente
Bom, se você se identificou com alguns sinais que citamos no tópico anterior, talvez você seja uma pessoa dependente emocionalmente. Porém, há maneiras de reverter a situação. Sendo assim:
Reconheça o seu valor
É necessário o trabalho para aumentar a autoestima. Isso pois, sem ela a pessoa não terá a capacidade de reconhecer o que realmente a faz importante no relacionamento, o que é excessivo ou que fortalece a relação.
Saiba identificar as suas necessidades emocionais
Não sobrecarregue o parceiro, se há a necessidade emocional de companhia, procure dividir o seu tempo com outras pessoas, como amigos mais próximos e familiares. Dessa forma, saia mais sozinho e procure um terapeuta para extravasar os problemas.
Aprenda a trabalhar o seu autocontrole
Mesmo com situações que você não possui o controle, lembre-se de que você tem o controle de si próprio. Contudo, suas ações e sentimentos não dependem somente dos outros para serem realizados.
Você não precisa de outra pessoa para viver o seu dia
Procure programar o seu dia sem depender do parceiro para realizar as tarefas. Assim você aumenta o seu círculo de amizades e não sufoca o companheiro. Aprenda a estar só, com amor próprio. Além disso, é muito importante se libertar dos sentimentos destrutivos, pois mesmo em um relacionamento cada um tem sua individualidade.
Portanto, não é saudável se apegar a outra pessoa para viver, então temos que solidificar nossas crenças e sonhos para que um companheiro seja alguém com quem possamos dividir o peso dos acontecimentos da nossa vida, e não que seja o objetivo dela.
Procure um especialista e aceite o seu problema, esse é o primeiro passo do tratamento, e tenha a certeza que se fortalecer individualmente só lhe trará crescimento pessoal e um relacionamento estável e feliz.